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27/07/2023 às 11h42min - Atualizada em 27/07/2023 às 11h42min

Paratletismo em Santa Catarina: conheça a história de superação do karateca Andrius Antunes

Natural de Criciúma, Andrius teve sucesso no esporte

Louise Müller

O esporte é uma atividade que além de unir, traz esperança e até mesmo uma luz no fim do túnel. Para o paratleta Andrius Antunes Vicente, o karate foi uma salvação.

 

Após conhecer o esporte por meio de um famoso filme dos anos 80, Andrius se apaixonou pela arte e buscava saber cada vez mais desse mundo. Os pais do karateca transformaram a diversão em segurança, já que o menino sofria agressões e bullying na escola em que frequentava.” Meu pai e minha mãe decidiram me colocar na academia de karatê pra eu não apanhar na rua, assim como eu tava apanhando na escola e desde quando eu entrei na academia eu não apanhei mais”, relembra o atleta.

 

O caminho dos campeonatos logo foi trilhado pelo menino de 10 anos, de competições regionais até mesmo estaduais, já levando medalhas até sua cidade natal, Criciúma. O auge de sua carreira seguiu rapidamente e em 1995 Andrius teve sua primeira entrada na seleção Catarinense de atletismo, já com sua faixa preta.

 

Campeão também de jogos estudantis, medalhista de jogos abertos, e medalhista de campeonatos brasileiros, o karateca decidiu estudar história e atuar como professor universitário, se casou e teve duas filhas. Foi em mais um dia de sua rotina que um acidente com sua motocicleta iria mudar o rumo de sua vida.

 

A colisão resultou em diversas fraturas como deslocamento de coluna, fêmur e pelve quebrados, acarretando assim a paralisia de seus membros inferiores, e a partir deste momento foram três anos de transformações em uma nova vida longe do esporte e em sua rotina pessoal. Após acordar do coma de vinte dias, Andrius ficou acamado por dois anos, com o diagnóstico fechado pelos médicos em que não voltaria a sentar novamente.

 

Fazendo sua própria fisioterapia em casa, Andrius levantava a cabeceira de sua cama sozinho para treinar os movimentos, assim desafiando mais uma vez o diagnóstico na sua mobilidade. “Eu tinha uma cama leito e levantava um pouquinho a cabeceira da cama, todo dia um pouquinho descia, isso durante três anos, e em três anos eu consegui então ficar no estágio ali de 90 graus, e tentei sentar numa cadeira também cedida aqui pelo posto de saúde emprestado. E consegui subir na cadeira, sentei na cadeira com as pernas ainda retas, ainda duras e permanecendo na fisioterapia na Fisiomed, junto ao doutor Francisco Salgado Filho”, conta Andrius.

 

Aos 43 anos e após mais de 10 cirurgias, o atleta não achou que fosse possível voltar a praticar o esporte que amava. Foi então que um antigo personagem voltou a aparecer em sua vida. O sensei que anos atrás havia sido seu técnico na seleção catarinense, Ricardo Cruz, entrou em contato para um novo convite que o levaria de volta às origens.

 

“Eu não sinto mais toda parte de trás da perna esquerda, desde a lombar, desde as costas, não sinto mais o meu pé esquerdo também, o karate pra mim teria acabado ali. Mas o Ricardo me fez perceber que ainda podia retornar, agora como paratleta”, lembra o atleta.



 

O karatê é praticado tanto como uma forma de defesa pessoal quanto como um esporte competitivo. Existem competições de karatê em níveis local, nacional e internacional, onde os praticantes demonstram suas habilidades em lutas individuais ou em apresentações de katas, que são sequências de movimentos pré-determinados, principalmente no paratletismo.

 

Além dos aspectos físicos e competitivos, o karatê também busca o desenvolvimento do caráter e da mente dos praticantes, promovendo valores como respeito, disciplina e autocontrole.

 

Em 1960, o primeiro evento internacional de paratletismo foi realizado em Roma, Itália. Desde então, o paratletismo tem sido incluído nos Jogos Paraolímpicos, que acontecem a cada quatro anos desde 1960. Atualmente, o paratletismo é uma das modalidades mais populares dos Jogos Paraolímpicos e é praticado em todo o mundo por pessoas com deficiências físicas, visuais e intelectuais. O paratletismo é uma modalidade esportiva que engloba diversas disciplinas, como corrida, salto em distância, arremesso de peso e lançamento de dardo. As competições são divididas em categorias de acordo com o tipo e o grau de deficiência do atleta.

 

No paratletismo, os atletas utilizam próteses, cadeiras de rodas ou outros equipamentos adaptados para praticar as diferentes disciplinas. Além disso, as regras e medidas dos equipamentos são ajustadas para se adequarem às capacidades dos atletas com deficiência promover a inclusão social e a igualdade de oportunidades para pessoas com deficiências físicas, visuais e intelectuais. Além disso, o esporte contribui para a melhoria da saúde e da qualidade de vida dos praticantes.

 

Andrius se juntou a seleção catarinense, sendo atleta da Fundação Municipal de Esportes (FME) de Criciúma com grande parte no apoio do karateca. Apesar do caminho cheio de espinhos e dificuldades, Andrius já foi campeão geral de Santa Catarina, Taça de Santa Catarina, OpenBrasil e vice-campeão brasileiro geral em 2022 sendo convidado ao Pan-Americano 2023 virando case de sucesso.

 

Andrius dedica seu sucesso à grande ajuda que recebeu de diretores, senseis e familiares que o apoiaram e apoiam seu sucesso e luta pelo esporte. “Meu sucesso hoje vem além do esforço, é uma junção de apoio e vontade. Agradeço ao Presidente da FME, Neto Uggioni junto ao meu sensei João Batista Cândido”.

 

Santa Catarina é destaque em esportes, desenvolvimento e paratletismo, um estado que pensa em seus cidadãos.


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