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13/08/2023 às 23h05min - Atualizada em 14/08/2023 às 07h15min

Quebrando barreiras e inspirando mulheres, Rafaela Ferreira acelerou além do machismo nas pistas do automobilismo

Louise Müller
Divulgação

O kart é um esporte sem idade definida, as corridas amistosas se tornaram lazer e amor, compromisso e o meio de profissionalismo, como aconteceu com Rafa. De uma infância tranquila e cheia de aventuras em esportes distintos, a piloto de fórmula 4 Rafaela Ferreira deixou as pistas de kart de sua cidade para competir em uma das categorias mais próximas ao auge do automobilismo, a Fórmula 1. Desde muito cedo Rafaela já tinha contato com os carros, já que o pai Daniel já competia no kart, o que contribuiu para o amor da menina que aproveitava as oportunidades para acompanhar o pai em algumas voltas e corridas.

 

Os domingos na casa da família Ferreira eram sinônimo de assistir Fórmula 1, aos cinco anos de idade a vontade em poder correr já transbordava e o pedido para competir não tardou a chegar, por ser muito nova, os pais da pequena pediram que a menina esperasse um pouco, o que contribuiu para a ansiedade de realizar o sonho.

 

O laço entre pai e filha resultou na vontade de Rafaela em poder integrar o esporte, e aos oito anos de idade a piloto iniciou nas competições, começando sua jornada no automobilismo após o pai a ensinar a pilotar.

“Me apaixonei pelo automobilismo ao acompanhar meu pai.Nunca foi algo forçado, eu sempre me divertia muito e gostava de estar nas pistas, apesar da espera o sonho ainda continuava vivo dentro de mim..”, recorda Rafaela.


A primeira vitória da pequena piloto

 

O apoio da família foi essencial, já que o esporte em questão requer um investimento árduo. Seu pai era mecânico e a família não tinha condições para a manter o esporte, por ser pouco patrocinado no país. Mas a dificuldade não impediu que Rafaela desistisse.

 

 “A maior dificuldade que tive foi a financeira, alguns pilotos tinham equipamentos melhores que o meu ou corriam mais corridas durante o ano. Hoje conto com alguns parceiros como a Anjo Tintas e a Gree ar condicionados, mas essa é uma dificuldade que ainda pesa pra mim. Mas o apoio dos meus pais me confortava, minha mãe me apoiava fora das pistas, eu brincava que ela era minha nutricionista e estava sempre cuidando de mim. Ela e meu irmão desde o começo vão a todas as minhas corridas e é muito bom ver eles torcendo por mim”, conta Rafaela.


Junto ao seu carro rosa, Rafaela já imaginava seu futuro além dos carros

 

Preconceito fora das pistas

 

A criciumense e a primeira mulher a marcar a pole position na Copa Brasil de Kart passou por ambientes preconceituosos desde pequena, mas ao decorrer do tempo aprendeu a transformar a dificuldade em mais motivação, deixando longe o pensamento de desistência. “Lembro de ouvir algumas frases preconceituosas  quando era menor, como, ’você não pode perder pra menina’,’menina não tem físico para isso’, ‘não sei o que está fazendo aqui’, não ouvi nada do que foi dito e segui meu sonho”, expõe a piloto.

 

Atualmente correndo na Fórmula 4 Brasil, uma categoria base da Fórmula 1, 

Em seu primeiro ano competindo, foi a única mulher a participar de todas as corridas entre os 14 pilotos da categoria. “ É meu primeiro ano competindo e tem sido um grande aprendizado.Nunca tinha corrido em um carro de Fórmula e na minha primeira corrida já conquistei a 6ª colocação.Estou trabalhando para buscarmos um pódio e até mesmo uma vitória nas próximas etapas”, conta confiante a talentosa piloto.

 

 A piloto foi premiada por desempenho por ter sido a melhor colocada entre 15 e 18 anos com teste no carro da Fórmula 4 Brasil e se tornou campeã sul-catarinense de kart em 2020, além de títulos estaduais que conquistou ao longo dos anos.

 

 Rafaela acredita que é o momento das mulheres começarem no automobilismo já que o apoio e torcida as mulheres nesse meio tem crescido cada vez mais, não só como pilotos mas repórteres, mecânicas, engenheiras e fotógrafas. “ O automobilismo está de portas abertas a vocês.

Não desista, faça sempre mais do que precisa feito, coloque sua dedicação nisso e você verá os resultados”, ressalta Rafa, como é chamada nas pistas.


A piloto é promessa nacional

 

De diversão a premiações 

 

A grande promessa no automobilismo nacional, aos 17 anos, Rafaela passou por todas as categorias do Kart até chegar na Graduados e coleciona momentos especiais como ser a primeira mulher pole position na Copa Brasil de Kart (Categoria F4 Graduados A) em 2022, 4º lugar no Brasileiro de Kart, categoria Graduados A, sexta colocada da competição na classe OK FIA.

O esporte encanta, realiza sonhos e forma profissionais capacitados.A história da piloto teve seu start e promete conquistar pistas a fora.


A campeã catarinense de Kart em 2022


 
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